O que é a Psicologia?
A Psicologia é um conceito familiar para a generalidade das pessoas mas poucos são aqueles que a sabem definir correctamente.
A Psicologia é mais frequentemente definida como "o estudo do comportamento e dos fenómenos mentais subjacentes", ou seja, preocupa-se com o comportamento humano bem como com os processos psicológicos que estão na base da saúde física e psicológica.
De uma forma mais abrangente, podemos também dizer que a Psicologia atenta nos diferentes aspectos da experiência humana.
O que faz um Psicólogo?
Em termos genéricos, um psicólogo possui uma combinação única de métodos científicos, em conjunto com competências e experiência de trabalho com pessoas que apresentam problemas na vida real. Os psicólogos estudam a ciência do comportamento humano e aplicam este conhecimento no seu contexto profissional.
De uma forma resumida, a sua acção técnica organiza-se em três grandes eixos: a Prevenção, a Promoção e a Remediação.
Neste sentido, e apesar destes eixos se aplicarem à generalidade das áreas de acção da Psicologia, são apresentados de seguida alguns exemplos de intervenções possíveis:
Exemplos de intervenções:
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Programas de prevenção de consumo de substâncias
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Programas para adolescentes de prevenção de comportamentos de risco
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Problemas de índole psicológica
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Perturbações ou condições clínicas
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Problemas escolares e de aprendizagem
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Problemas relacionais
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Perda e luto
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Problemas sexuais
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Trauma, violência ou abuso
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Dependência de substâncias
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Problemas de saúde física
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Problemas no trabalho
No caso específico da área clínica / psicoterapêutica, os psicólogos podem ajudar o indivíduo a identificar os seus problemas e, consequentemente, a encontrar formas de melhor lidar com estes. Poderão auxiliar igualmente na mudança de comportamentos ou hábitos que contribuam para essas problemáticas, bem como a definir e por em prática formas construtivas de lidar com situações que estão fora do controlo do indivíduo.
O que é a Psicoterapia?
A psicoterapia é uma das muitas modalidades de intervenção do psicólogo. Tem por objectivo, não só a resolução dos problemas psicológicos apresentados pelo cliente, mas também a promoção do conhecimento que o cliente tem de si próprio e a promoção do seu desenvolvimento.
Existem várias modalidades de psicoterapia, nomeadamente:
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Terapia Individual
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Terapia Grupal
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Terapia Familiar
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Terapia de Casal (ou Conjugal)
Regra geral, e apesar de todas estas modalidades serem postas em prática na actualidade e em função das problemáticas apresentadas, poder-se-á dizer que a Terapia Individual é a que evidencia maior protagonismo, uma vez que tem uma herança teórico-técnica que favorece o desenvolvimento deste tipo de modalidade psicoterapêutica.
Com um processo psicoterapêutico pretende-se ajudar o cliente a lidar com as suas dificuldades e problemas, assim como potenciar os seus próprios recursos e promover o desenvolvimento de competências que lhe permitam, no futuro, lidar com problemas semelhantes de formas mais funcionais. Trabalha-se, portanto, ao nível da melhoria da qualidade de vida do indivíduo.
Num processo psicoterapêutico, um psicólogo recorre a diversas estratégias, técnicas e actividades para explorar a situação que é sentida como problemática pelo cliente, a sua história de vida e as suas características psicológicas, de forma a obter uma melhor compreensão do indivíduo e das suas experiências. Essas estratégias, técnicas e actividades servirão também para fomentar a mudança e desenvolvimento psicológicos.
Uma condição necessária para o sucesso deste processo é o estabelecimento de uma relação segura, apoiante e empática entre o psicólogo e o cliente. É esta relação que oferece as bases para o estabelecimento da comunicação, a qual será orientada por intermédio de diferentes estratégias e encaminhada em função de determinados objectivos pelo psicólogo.
Como funciona a consulta em psicologia/psicoterapia?
Se a pessoa sente algum tipo de dor “interna”, se a sua vida simplesmente não parece estar a funcionar, falar com amigos ou familiares pode, por vezes, fazê-la sentir-se um pouco melhor durante algum tempo. Mas mesmo o amigo melhor intencionado não consegue fazer psicoterapia.
Esta consiste num processo de intervenção que utiliza técnicas especializadas de apoio, escuta activa e reformulação empregues no sentido de oferecer uma ajuda eficaz e continuada às pessoas que vivem uma variedade de dificuldades, tais como a tensão emocional, ansiedade, problemas conjugais, medo, perda e luto ou uma perturbação no foro clínico, entre muitas outras.
Neste sentido, visa ajudar a pessoa a olhar objectivamente para os seus comportamentos, sentimentos e pensamentos em situações que considera problemáticas. Visa igualmente auxiliar o indivíduo a aprender formas mais eficazes de lidar com essas mesmas situações. Por último, poderá ser de especial utilidade para que a pessoa atinja as suas aspirações pessoais ou o seu desenvolvimento e crescimento pessoais.
Um dos estereótipos mais frequentes acerca da psicoterapia passa por se considerar que recorrer a um psicólogo é um sinal de fraqueza. Na realidade, o contrário é verdade. Reconhecer a necessidade de ajuda e procurar ajuda profissional é um indicador de força e determinação para viver uma vida produtiva e com significado. Trabalhando em conjunto, o cliente e o psicólogo identificam objectivos (aquilo que o cliente quer que aconteça) e acordam a forma segundo a qual o cliente saberá identificar os progressos resultantes da terapia. A psicoterapia tem um objectivo claro: que algo positivo, útil e construtivo resulte da mesma para o cliente.
À medida que a terapia se vai desenvolvendo e é estabelecida a sua confiança relativamente à aceitação “sem julgamentos” dos seus pensamentos e sentimentos por parte do psicólogo, o cliente poderá, então, começar a utilizar a relação terapêutica como uma oportunidade para reformatar experiências emocionais significativas e trabalhar os problemas na sua vida.
Na psicoterapia, o cliente torna-se intencionalmente vulnerável a outro ser humano, criando-se condições para falar sobre coisas especialmente dolorosas para si. Contudo, é precisamente o processo de sentir confiança para partilhar os seus sentimentos (bons ou maus) e de saber que a relação terapêutica permite ao cliente explorar de forma segura fontes profundas de conflito e insatisfação que permitirá, em última análise, ocorrer as mudanças positivas e duradouras na sua vida.